Leituras:
Sabedoria
18,6-9;
Salmo
32(33),1.12.18-19.20.22;
Hebreus
11,1-2.8-19
Lucas
12,32-48
Os
discípulos do Senhor (Evangelho) – chamados de pequeno rebanho – não devem ficar em ânsia a motivo das coisas
‘deste mundo’ por que o Pai sabe do que eles necessitam; o que mais deve
preocupá-los e ocupá-los é a busca do Reino. Por isso, também em sua oração,
eles devem pedir, acima de tudo, Venha o
Teu Reino.
Domingo passado Jesus nos convidava a não acumular
tesouros na terra; hoje pede para “vender tudo e dar em esmola”; em seguida,
aconselha a “fazer um tesouro no céu que não se acabe” (Lc 12,34). Mais uma vez
Jesus insiste sobre o que realmente dá sentido à vida (cf. Lc 12,13-21). Temática
que aparece tantas vezes na Palavra de Deus desde o Antigo Testamento. Tudo se
encerra numa frase: “Porque onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso
coração”.
Encontramos mais duas exortações: “Que vossos rins
estejam cingidos e as lâmpadas acesas”, palavras que nos fazem recordar a saída
do Egito na noite da libertação (cf. I leitura); acontecimento
fundamental na história não só do Povo de Deus, mas de cada um de seus membros.
Ainda mais, o gesto de ‘cingir os rins’ significa a disponibilidade a estar ao
serviço dos outros, como Jesus mesmo ensinou até quando lavou os pés dos
discípulos. Também as lâmpadas acesas são um claro convite à vigilância (cf. a parábola
das dez moças: Mt 25,1-13).
Os discípulos, portanto, são convidados a se
manterem vigilantes e prontos “como os empregados que esperam seu senhor
voltar”; empregados que Jesus declara “felizes se o senhor os encontrar
acordados”.
Encontramos mais uma parábola que reforça a
primeira; fala do ladrão que vem e ameaça arrombar a casa. Pedro pede
explicações e quer saber para quem a está contando. Jesus responde identificando
o servo com o administrador de confiança que está à frente dos servos. E dá uma
advertência: se este, a motivo da demora do dono ficasse tratando mal os
servos, receberá grande punição. Os que têm maiores responsabilidades na
comunidade fiquem atentos! Mas também todos “que conhecem a vontade do senhor”
entram nessa ameaça. Cada um é responsável na medida do conhecimento que tem da
vontade de Deus!
O
Salmo 32 nos recorda: “Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!”.
Somos nós esse Povo que, como afirma a I leitura, experimenta a libertação de
Deus em tantas circunstâncias da vida e que, a motivo da fé, é chamados a se
manter “intrépido”.
A II
leitura diz que esta herança, para nós cristãos hoje, deve ser vivida na fé
como esperança daquilo que não se vê (Hb 11,1-2.8-19). Fé que “olha para o
futuro, como a de Abraão, como a dos israelitas, como a do discípulo que espera
a vinda do Senhor: é esperança. Este mundo não é o ponto de chegada de nosso
caminhar; uma pátria melhor nos espera.
É bom nos conscientizar de que “o fim para o
qual vivemos reflete-se em cada uma de nossas ações. A cada momento pode chegar
o fim de nossa vida. Seja este fim aquilo que vigilantes esperamos, como a
noite da libertação encontrou os israelitas preparados para saírem – como vimos
na primeira leitura -, e não como uma noite de morte e condenação, como o
empregado malandro que é pego de surpresa pela volta inesperada de seu patrão –
como vimos no Evangelho” (J. Konings).
Perguntemo-nos: 1 Como é o nosso relacionamento com os bens
terrenos?
2. Vivemos na fé e na esperança dos bens eternos? Como alimentamos fé e
esperança?
3. Vivemos em atitude de serviço por amor dos irmãos, sobretudo dos que
mais necessitam?
Dom Armando
Bispo Diocesano
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