Segundo
relatos orais dos moradores mais antigos de Rio do Pires, registrados no livro
de Tombo da Paróquia, a construção desta capela foi iniciada no ano de 1933, em
terreno doado pelo senhor Manoel Marques de Azevedo e sua esposa Ana Rosa,
tendo como colaboradores Tibério Neves, Júlio Pereira da Silva, Delmiro
Madureira, Manoel Cândido da Silva, Ângelo Marques, Manoel Nicolau, Domingos
José Pereira, Cláudio Pina, José Monteiro, José Augusto e Ercília Francisca da
Silva. A construção foi feita com a ajuda de homens e mulheres da comunidade.
Eram as mulheres que buscavam água e amassavam o barro para a fabricação dos
adobes. A construção foi concluída três anos depois, em 1936, ano no qual foi
celebrada a primeira Missa na capela recém-contruída, presidida pelo Padre
Antônio de Moura Leite Maciel, então vigário de Ibiajara, que assistiu a
comunidade de 1930 a 1939. Em 1938 foi escolhido pelo doador do terreno, Manoel
Marques de Azevedo, o padroeiro da localidade, Nosso Senhor do Bonfim. O mesmo
doou também a imagem do patrono e iniciou a festa no mesmo ano, sendo o dia
maior o 3º domingo de janeiro. Na década de 40 foram doadas as demais imagens
da capela: São João Batista, pelo senhor Severiano Marques, festejado no mês de
junho; Santa Terezinha, por Tibério Neves, festejada no mês de outubro; Santo
Antônio, pela senhora Ormezinda Madureira, festejado no mês de agosto e Nossa
Senhora do Carmo, pela professora Maria Aurora, festejada em maio. Assistiram
ainda a comunidade: Padre Sátiro (1939-1946), Padre Francisco Maximiniano
Rithier (1947-1951), Padre Osmar Bezerra (1943-1946), Padre Macário
(1951-1958), Padre Lourenço (1960-1965), Padre Aldo Coppolla (1965-1968) e
Padre Pedro Olímpio dos Santos (1968-1978). Os padres vinham nas ocasiões das
festas religiosas para a celebração de Batismos e Casamentos e da Santa Missa.
Eram dias de grande festa com barracas, leilões e atrações culturais. Em 1978
chega a Rio do Pires o Padre Alec Pauchet, vindo da cidade de Versalhes, na
França, da Congregação dos Cooperadores Paroquiais de Cristo Rei, sendo o
primeiro padre a residir na cidade (1978-1984). Devido o crescimento do
município, já emancipado, e o aumento da população, Padre Alec toma a
iniciativa, com a comunidade, de construir a Igreja Matriz, que foi inaugurada
em 1982. Transferidas as principais atividades, inclusive a festa do padroeiro
para a nova igreja, esta primeira igreja passou a ter por orago e titular Nossa
Senhora do Carmo, ficando suas atividades reduzidas às celebrações do mês
mariano, celebrações de Exéquias e outras poucas ocasiões. Porém, o zelo e
conservação da mesma, inclusive com necessários reparos paliativos, sempre
aconteceram por parte dos devotos de Nossa Senhora. E assim perdurou nos períodos de pastoreio do
Padre Jacques Schvartz (1984-2013), dos Padres Idérico Santana Pinto e Jucimar
Pereira Lima (2014-2016) e Padre Samuel Neves (2016-2017). Em 2017, após
solicitações da comunidade e arrecadações com esta finalidade, o Padre Weverson
Almeida Santos, atual administrador paroquial, decide dirigir a reforma com
troca do piso, melhoramentos e aquisições. Foi quase um ano de trabalhos e
esforços, não isentos da incompreensão de alguns. Mas, se houve incompreensão,
muito maior foi a colaboração. E com a graça de Deus e o apoio decidido dos
paroquianos do Senhor do Bonfim, estamos reabrindo a nossa “igrejinha”, este nosso
patrimônio histórico de fé e vida fraterna. Deus seja louvado e que Nossa
Senhora do Carmo continue velando pelo povo riopirense com sua materna
intercessão.
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